Planta Símbolo
jambu
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O jambu, ou Acmella oleracea (L.) R. K. Jansen, é muito mais do que uma simples hortaliça,
é ícone. É um componente importante na cultura material e imaterial amazônica, parte da
diversidade biocultural da região.
O jambu faz parte de uma das maiores famílias de plantas com flores do mundo, a
Asteraceae. No Brasil ocorrem mais de 2200 espécies, distribuídas em 327 gêneros.
É uma planta herbácea perene de pequeno porte, com 20 a 30 cm de altura. Suas flores são
amarelas e dispostas em capítulos. É comumente encontrada em áreas cultivadas ou
ocorrendo espontaneamente na América do Sul (Brasil, Colômbia, Guiana e Venezuela).
Muito utilizada na culinária do norte do Brasil, principalmente em pratos famosos do
estado do Pará, como o pato no tucupi e no tacacá.
Além da alimentação, apresenta usos relevantes na medicina popular amazônica, sendo
utilizada por indígenas e ribeirinhos como analgésico e anestésico. Além de ser uma
importante fonte de renda para os agricultores, notadamente os da região metropolitana
de Belém, PA, que cultivam e comercializam nas feiras e mercados públicos, como por
exemplo no Ver-o-Peso onde, além da forma in natura, encontramos as inflorescências para
o cultivo e a cachaça de jambu.
O jambu possui um óleo essencial à base de espilantol, composto bioativo rico em
propriedades antioxidantes, diuréticas e anti-inflamatórias, cujo potencial pode ser utilizado
nas indústrias farmacêutica e cosmética.
E quer saber mais uma utilidade do jambu? É tema de música. Você já ouviu falar da música
“Jamburana”? A música faz homenagem a essa planta, e quando dois ícones importantes da
cultura paraense se misturam, o resultado não poderia ser outro. A música ganhou o Brasil
e o mundo na voz inconfundível de Dona Onete, que juntou o jambu com o carimbó, ritmo
contagiante do Norte. Com versos que falam: “O jambu treme, treme” e “A boca fica muito
louca”. Dona Onete – uma senhora de 73 anos – traduziu em poesia a sensação indescritível
de saborear a erva.